quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Bisfosfonatos e Risco de Osteonecrose dos maxilares.

Bisfosfonatos e o risco de osteonecrose dos ossos maxilares

Foto: Artur Tumasjan - https://unsplash.com/photos/IDbeTFgI9As


A osteonecrose de mandíbula é uma condição definida como osso exposto na região maxilofacial por mais de oito semanas na ausência de radioterapia, mas na presença do uso de bisfosfonatos. A condição é diagnosticada clinicamente com exclusão de malignidade local. Outros fatores de risco importantes para o desenvolvimento de osteonecrose incluem infecção local, uso de esteroide, quimioterapia, trauma e doença periodontal.
Os bisfosfonatos endovenosos são comumente usados no manejo de complicações esqueléticas em pacientes oncológicos e tratamento com bisfosfonatos em altas doses tem sido associado a um aumento do risco de osteonecrose da mandíbula em pacientes com câncer. Nesta população, a incidência estimada de osteonecrose varia de 1% a 15%, e parece estar relacionado com a dose e duração do tratamento com bisfosfonatos.
No tratamento da osteoporose, o risco de desenvolver osteonecrose de mandíbula associado com bisfosfonatos orais é muito baixo, e aumenta quando a duração da terapia excede quatro anos. Uma avaliação odontológica pode ser necessária antes de iniciar a administração da medicação e é importante enfatizar higiene bucal em todos os pacientes tomando bisfosfonatos. Vários autores sugerem interromper a medicação antes de extrações de dentes ou outros procedimentos invasivos, no entanto, não há consenso sobre este tratamento e os dados são insuficientes para apoiar a cessação do bisfosfonato em pacientes com osteoporose. A decisão da melhor abordagem para a osteonecrose de mandíbula deve ser sempre realizada por uma equipe multidisciplinar, considerando o estado do paciente e a relação risco/benefício.
Como os bisfosfonatos se acumulam no osso mantendo alguma eficácia antifratura mesmo após o término da terapia, é razoável considerar “férias da medicação” (drug holliday) após determinado tempo de uso desses agentes para reduzir a possibilidade de eventos graves, como as fraturas atípicas. Em pacientes com alto risco de fratura osteoporótica (e.g., terapia contínua com corticosteróides, densidade mineral óssea muito baixa), o tratamento com bisfosfonato pode ser mantido por até 10 anos, período que deve ser seguido de um drug holliday de 1 a 2 anos.
Portanto, ao se consultar com o dentista, informe todas as medicações que estão sendo usadas pois muitas delas possuem algum tipo de efeito no tratamento bucal, e vice-versa. Vá em um profissional que se interessa pela sua saúde e fique mais tranquilo.

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