Farmacologia em Odontologia
Assistimos a uma palestra sobre farmacologia em Odontologia e ficamos bastante preocupados com os caminhos que vários dentistas estão tomando. Devemos respeitar as diversas correntes científicas, mas ignorar as disciplinas básicas (a iniciar pela nossa língua pátria) leva o clínico a um caminho tortuoso e solto à deriva do sabor das modas. Não é o objetivo desta postagem discutir com citações, trabalhos mundiais, indexados e de alta penetração, mas é notório que o bom profissional deve pautar por seguir as evidências (baseadas em inteligência) e as faixas protocolares do que segue a maioria.
Em tal palestra, a ministradora, baseada em outro professor pautava-se por duas linhas principais com relação ao uso de antiiflamatórios em odontologia.
Linha 1: receitar poucos tipos de medicação, pois segundo a mesma, quanto menor for a bagagem de opções do profissional, mais a fundo o mesmo vai conhecer suas medicações e receitar melhor. Descabida e incoerente são as palavras mínimas para tal colocação, já que não podemos padronizar nossos pacientes a ponto de reduzir nosso arsenal medicamentoso a poucas opções. O ideal, segundo nossa filosofia (que é coerente a maioria da literatura mundial) é conhecer a fundo, a fisiologia, a farmacodinâmica, patologia.... enfim, todas as cadeiras inerentes ao processo para poder adequar sim cada paciente a cada medicação. Muito pobre e limitada a filosofia de não saber mais que 2 ou 3 (citados em aulas) fármacos quando temos uma ampla gama de perfis de pacientes.
Linha 2: para resumir, a ministradora crê que o melhor antiiflamatório (com relação a todas as facetas como uso, segurança e etc) são os corticosteróides. Mesmo com a dosagem "segura"proposta (dose maciça e única) a colega está ignorando todas as premissas mais básicas das disciplinas básicas, onde devemos interferir o mínimo possível no que é fisiológico. A colega mesma, explicou com maestria os eventos resultantes da degradação do ácido araquidônico e alertou sobre diversos subprodutos de tal cascata que possui função também fisiológica. Pois ora, a colega que condena de certa maneira os antiinflamatórios não esteroidais (em detrimento aos esteroidais) usou como motivo para a condenação a inibição de algumas COXs fisiológicas que os AINES atingem...... se os AIES agem ANTES na cascata, os mesmos (e outros vários) subprodutos fisiológicos também deixarão de ser produzidos. A própria justificativa enterra a questão. Além do mais, existem várias outras questões inerentes ao uso (ainda que dose única) dos corticóides como mau uso, síndromes diversas e outras situações sistêmicas que fogem ao controle do cirurgião-dentista. Se for para errar, certamente um AINE pode ser menos prejudicial. Veja, não somos contra o uso de AIES em odontologia, mas cremos que a indicação é bastante restrita, conforme maioria esmagadora da literatura mundial. Uma pena que seja assim. Se fosse tudo tão fácil com AIES, por que existir o restante? Estarrecedora tal posição e pior ainda o dentista que, em geral, não tem subsídio para ser crítico e ter sua própria opinião, prefere apenas aceitar.
Blog para divulgação de possibilidades em Periodontia - Prótese - Implantodontia - Estética - Reabilitação Oral: ODONTOLOGIA
Assinar:
Postar comentários (Atom)
-
Pérolas de esmalte, gotas de esmalte ou enamelomas são excrescências com formato de meia esfera, geralmente de esmalte...
-
As próteses parciais removíveis (PPR) são peças que substituem vários dentes apoiadas em poucos pilares dentais. Elas possuem d...
-
Desde 2011, uma das mais respeitadas instituições odontológicas lançou seu Guidelines que recomenda que todo ADULTO realize um exame anu...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui sua opinião que, na medida do possível, tentaremos respondê-la.