quarta-feira, 6 de maio de 2020

Artigo Rápido - Reposicionamento labial e Sorriso gengival




Título:
Português - Reposicionamento labial através da redução do fundo de vestíbulo para tratamento de excesso de exposição gengival advinda de várias etiologias.
Inglês - Lip Repositioning with Vestibular Shallowing Technique for Treatment of Excessive Gingival Display with Various Etiologies

Introdução – Objetivo - Material e método – Discussão – Resultados - Conclusão

Abstract: Improvement of smile esthetics is a major goal of modern dentistry. Various
treatment modalities have been proposed to correct excessive gingival display
(EGD), depending on the identified etiologies. This study reports on the clinicaland patient-centered outcomes of a novel lip repositioning technique with
vestibular shallowing approach in the treatment of three types of EGD with varyetiologies. Periosteal fenestration with cicatrization (scarification) was performedthe mucogingival junction to ensure the stability of esthetic outcomes. Suspenstriangular sutures and extraoral tissue stabilization tapes were used to facilitate
the cicatrization process during the healing phase of this novel technique.
Postoperative clinical examination revealed 84% reduction in gingival display thremained stable for 13 to 16 months with a high level of patient satisfaction.
 Int J Periodontics Restorative Dent 2018;38(suppl):e1–e8. doi: 10.11607/prd.3120

Comentários:

O artigo, publicado pela IJPRD em 2018, tem como assunto o reposicionamento labial para exposição excessiva gengival (linha do sorriso alta). Discorre sobre as várias etiologias que podem levar ao sorriso gengival como crescimento vertical maxilar excessivo, erupção passiva alterada, lábio curto, lábio hipertônico ou associações de causas quaisquer. Para diagnóstico do excesso gengival, o trabalho lembra que exposições acima de 4 mm tendem a ser desarmônicas aos olhos tantos dos profissionais quanto dos leigos. Ainda, traz a estatística que o sorriso gengival possui a prevalência entre 10 a 40% da população com predominância do sexo feminino. E é realmente desafiador, muitas vezes multidisciplinar, a correção de tal situação. O objetivo do trabalho foi tentar viabilizar uma técnica mais conservadora de reposicionamento labial que conseguisse corrigir o excesso de exposição, independente da causa.
Para tanto, os autores discorrem sobre uma alteração em técnica de reposicionamento labial para contornar os problemas de recidiva e minimizar a necessidade de procedimentos mais agressivos como cirurgia ortognática, caso a causa fosse pertinente. Relembrando a técnica já descrita diversas vezes na literatura, consiste em uma primeira incisão na linha mucogengival em maxila, de molar a molar (podendo ser menor a depender do caso) sem atingir a tábua óssea. A segunda incisão será em mucosa alveolar de revestimento, podendo envolver um pouco da labial (nunca o vermelhão do lábio) onde a distância para a primeira incisão deverá ser o dobro da exposição gengival a ser corrigida. A terceira incisão une as duas primeiras em seus aspectos posteriores. A espessura do retalho deverá ser de um milímetro e nesta proposta, não há dissecção muscular ou outra manobra mais profunda. A alteração proposta é uma nova incisão, após feito o retalho, com bisturi perpendicular ao osso alveolar, na junção muco-gengival, com objetivo de expor o tecido ósseo, com um leve descolamento de 2 a 3 mm para gerar, no local, um tecido cicatricial mais exuberante, no intuito de travar melhor a nova posição labial. Após esta etapa, a sutura se inicia pela linha média e depois é distribuída com alguns pontos não reabsorvíveis (foi usado seda, no trabalho, para tal) triangulares e complementada com sutura reabsorvível, nos casos, Vicryl. Algo interessante apresentado também foi a não necessidade da remoção do freio labial superior quando este tinha uma inserção mais próxima das coroas dos elementos 11/21 ou mesmo papilar, pois nestes casos, ele auxilia na preensão labial e diminui a morbidade do ato, por não mexer na área. Quando assim foi, foram feitas duas regiões de incisão, uma de cada lado do freio. Ainda, os autores fizeram um caso unilateral para uma paciente que tinha importante inclinação da maxila amenizando sobremaneira, esta discrepância.
Para testar, por assim dizer, tal protocolo, a cirurgia foi realizada em apenas três pacientes, com alto sucesso e manutenção do resultado por até 16 meses, que foi o tempo de acompanhamento desta pesquisa. Aspectos interessantes foram bem descritos como os cuidados pós-operatórios que envolvem ibuprofeno de 600mg, um aine, 4x/dia por 2 a 3 dias, clorexidina bid por 2 semanas e foi enfatizada, a necessidade de estabilização extra-oral da cirurgia através de bandagens labiais, no sentido perpendicular ao mm locais, num total de 4 segmentos, em lábio superior. A suturas foram removidas após 3 semanas. Em questionário endereçado aos pacientes que tiveram acompanhamento semanal e depois trimestral, foi relatado ótimo resultado e grande conforto pós-operatório onde inclusive, os pacientes sugeriram recomendação a outras pessoas, o que mostra grande aceitação da técnica do ponto de vista do leigo.
Como ponto a ser melhorado, e isto é destacado no texto, o artigo usou um n de apenas 3 casos e, obviamente, será necessário uma amostra ampla, multicêntrica e com acompanhamento mais longevo. Todavia, importantes dicas podem ser extraídas de sua leitura.


Referência: Revista e autores
Int.J Periodontics Restorative Dent 2018;38(suppl):e1–e8. doi: 10.11607/prd.3120
Torabi A, Najafi B, Drew HJ, Cappetta EG,

Comentários: Thales Piantino - Periodontista e Implantodontista

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