quarta-feira, 4 de março de 2020

USP-RP e Medicação Contra Periodontite

Photo by Anastasia Vityukova on Unsplash


Após 20 anos de estudos, pesquisadores das faculdades de odontologia e farmácia da USP de Ribeirão Preto (SP) desenvolveram um gel para o tratamento da periodontite (doença das "gengivas").
Sem cura, a doença hoje geralmente é tratada com objetivo de controle e é preciso se submeter a consultas periódicas. A nova medicação pode tornar a rotina mais fácil para os pacientes, segundo o professor de odontologia Vinícius Pedrazzi, que conduziu o desenvolvimento do gel.
"É muito difícil você onerar o paciente com várias consultas quando não dá para controlar só com a higienização. A ideia nossa, a partir de estudos de pesquisadores de outros países que usei no meu doutorado, era fazer um produto com ação local, sem ação sistêmica e que não dependesse da dedicação do paciente para manter o estado de saúde", diz Pedrazzi

A periodontite destrói os tecidos que dão suporte à arcada dentária e pode fazer os dentes caírem.
Pode ainda aumentar o risco de diabetes, piorar problemas cardiovasculares, pneumonia, gastrite, etc.

O gel desenvolvido na USP não substitui por completo o tratamento convencional, mas controla melhor a reprodução das bactérias e é mais barato, afirma o professor. O princípio ativo é um antimicrobiano chamado metronidazol, também usado para tratar infecções em outras partes do corpo.
Assim que aplicado, o gel se solidifica, devido à temperatura da cavidade bucal, de aproximadamente 38 graus. Aos poucos, as enzimas presentes na saliva o fazem se dissolver e liberar o remédio de maneira localizada.
"O princípio ativo dele, o sal, quando colocado dentro desse gel, vai agir só no local doente, sem ter qualquer tipo de efeito colateral no restante do organismo”, explica.
Em uma das últimas pesquisas realizadas, 92 pessoas receberam a substância em um dos lados da gengiva, enquanto outros receberam um composto diferente. No lado em que o gel foi aplicado, não houve sangramento por seis meses, segundo Pedrazi.

A substância é utilizada por alunos da USP de Ribeirão Preto em atendimentos a pacientes com casos severos de periodontite. O professor avalia que o resultado tem sido positivo, mas o gel deve demorar de cinco a dez anos para chegar às clínicas e ao sistema público de saúde, pois outros estudos estão sendo feitos para deixar o produto mais eficiente.


Comentário: apesar da promissora pesquisa do professor da USP, várias outras situações ainda deverão desafiar o novo método na busca do alívio no controle das periodontopatias como equilíbrio do sistema imunológico (que influencia no perfil da doença periodontal), variações de pH, entre outras. Portanto, mesmo sendo ótima notícia tal trabalho, é importante que o dentista continue exercendo um de seus principais papéis (muitas vezes esquecido), de orientar cada paciente, explicando sobre a própria situação para que seja mais efetivo o controle de tal comum mazela.
Consulte o dentista (periodontista) que use parte do tempo do atendimento para sua orientação, isto terá enorme reflexo em sua saúde bucal.



Fonte: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2019/05/05/usp-de-ribeirao-preto-desenvolve-gel-contra-doenca-associada-a-inflamacao-da-gengiva-e-queda-de-dentes.ghtml


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