segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Importância do Conhecimento para o Leigo



Qual a importância do conhecimento da própria situação oral no processo de tratamento e manutenção da saúde? Por que o paciente deve ser ensinado sobre "odontologia"? Qual a diferença de resultado em um tratamento odontológico entre o profissional que apenas "executa"o necessário e o profissional que além de fazer o tratamento, EXPLICA, pormenorizadamente, o mesmo ao paciente? Vale a pena o dentista "gastar horas"ensinando, conversando com o paciente? É válido ir ao profissional que compreenda, profundamente, a pessoa com seus hábitos bucais (incluindo dietéticos, posturais, higiênicos, etc), ALÉM da patologia?
Com quase 20 anos de consultório, vemos, infelizmente, que é raríssimo (menos de 1% dos pacientes de nossa clínica) o paciente que vem e já foi MINIMAMENTE orientado sobre os aspectos de sua própria saúde oral. Será que tal situação advém de atendimentos realizados em "5 minutos"? Será que vem da incapacidade profissional de mostrar a importância do uso do tempo de consulta para instrução ao paciente? Será culpa da classe? Não se aprende a exercer a profissão desta forma nos bancos de universidades conceituadas (temos várias) e como uspiano, posso garantir isto. Seria portanto ganância para atender mais pacientes? Em que pese questões filosóficas, na prática vemos que o paciente mal informado (culpa dos dentistas - ou médicos em suas áreas) gasta mais recursos financeiros, sofre mais procedimentos que poderiam ser prevenidos em sua origem e perde tempo, este com valor incalculável. Como você quer passar seu tempo com relação à sua saúde? Correndo atrás de reparar danos EVITÁVEIS que muitas vezes possuem sofrimento embutido ou apenas fazendo simples PREVENÇÃO?
Vale a pena investir em educação de sua própria saúde e isto somente um BOM PROFISSIONAL, poderá fazer por você, de maneira PERSONALIZADA, levando em consideração a PESSOA por trás da PATOLOGIA! Cuidado pois muitos dentistas (ou outros "profissionais"de sáude) colocam TODAS as pessoas em somente um protocolo de atendimento, esquecendo-se que protocolos são apenas TRILHAS e não TRILHOS. Cuidado com situações estranhas à ética e moral onde cito exemplo rápido em minha cidade: Certa feita encaminhei uma paciente ao CEO (Centro de Especialidades Odontológicas) para remoção de 5 dentes condenados, adjacentes entre si, com cirurgia de fácil execução e sem contra-indicação sistêmica (sem problema de saúde geral). Naturalmente tal cirurgia deveria ser feita em um só ato para aproveitar somente anestesiar, tomar medicações, suturar, fazer viagem para tal (paciente de zona rural, com dificuldade de deslocamento por motivo financeiro), enfim, fazer tudo SOMENTE UMA VEZ. Tenebrosamente, fiquei sabendo a posteriori, que a paciente fora submetida a todos estes passos por 5 VEZES!!!. Fizeram da cirurgia (que era para ser uma), CINCO cirurgias... e a paciente me explicou que foi dito a ela que assim deveria ser pois era "norma do hospital". Em verdade o dentista (não se sabe até que ponto merece tal titulação) fez desta forma para gerar cinco procedimentos diferentes ao serviço, aumentando produtividade e repasse. A questão é, para fechar o exemplo, o "SISTEMA" ou tal profissional, não se importou EM NADA, com a paciente. Como diria conceituado jornalista, "isto é uma vergonha!". Tenho vários outros exemplos, assunto para outro dia. RESUMINDO, pague um dentista (ou qualquer outro profissional da saúde) que use o tempo para lhe ESCUTAR, e após, ORIENTAR. Desconfie, em geral, de um atendimento que seja muito rápido e que não lhe transmita segurança.
Para exemplificar toda esta "teoria"acima descrita temos um interessante trabalho em conceituada revista odontológica (referência: Quintessence Int. 49 - 2018, N.1) que mostra, claramente, que há importante correlação entre a orientação dada pelo dentista ao paciente e o nível de saúde bucal mantida pelo paciente.

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